PÉ NA ROÇA (Piranguçu/MG)
De vez em quando não dá vontade de pegar uma estrada qualquer, sem conhecer direito o caminho ou onde ele vai parar? Não precisa ter um motivo específico. É uma coisa meio “easy rider”, com a ideia única de seguir em frente, o mais longe possível. Às vezes é para esquecer da vida, em outras é para curti-la. E quase sempre você acaba em um lugar estranho, diferente, novo, legal.
Foi numa dessas que fui parar em Piranguçu, no sul de Minas. O motivo era visitar a Gabriela e sua troupe – João Pedro, Antônia, Dora e Miguel (o Felipe ainda nem existia) – que, por alguma razão, tinham ido passar uma temporada por aquelas bandas.
Piranguçu é uma minúscula cidade com pouco mais de 5 mil habitantes, colada em Itajubá e a pouco mais de 20 quilômetros de Campos do Jordão, só que por uma estrada com tanta lama que faz com que seu carro ou moto – e você, se for o caso – fiquem inidentificáveis ao final do percurso.
Nota: a estrada é linda e vale o passeio. Há décadas atrás fui com o Marcos de Itajubá para Campos por este caminho, em um ônibus do tipo urbano e que parava em quase todos os sítios para pegar passageiros, produtos agrícolas, galinhas, porcos e tudo o mais que se possa imaginar. Uma aventura e tanto, mas inesquecível. Mas essa já é uma outra história…
Contrariando a primeira impressão – de que em Piranguçu não há nada para se fazer – a cidadezinha se mostra um ótimo passeio, principalmente para os que gostam de aventura (e barro) com uma grande comilança no final. É a cidade da grande pedra vermelha, de cavalgadas, cachoeiras e trilhas, belezas naturais que atraem os amantes da ecologia, escaladores, pilotos de paraglider e motociclistas off-road.
Se essa for a sua praia, aproveite para fazer isso logo cedo e depois vá conhecer o “Restaurante Caipira e Pizzaria Pé na Roça”, perfeito para descansar e repor as energias – e as calorias.
Trata-se de um belo e tranquilo sítio com lago, loja, choupanas, muitas árvores frutíferas e um imenso playground que inclui até pontes e casa na árvore, ideal para quem vai com crianças, como era o caso.
Enquanto a turminha se esparrama por lá, a gente se esbalda no restaurante, que funciona como um self-service em um grande galpão, mas você pode abastecer seu prato (várias vezes, claro) e comer em qualquer uma das mesas espalhadas pelo sítio.
Como não poderia ser diferente, o restaurante é especializado em comida mineira, com leitoa à pururuca, frango caipira, tutu de feijão, torresmos e aquela coisa toda que a gente conhece muito bem, só que com tudo criado ou plantado ali por perto e preparado no fogão a lenha. Fatos que, claro, deixam tudo mais atraente e saboroso.
É muito provável que você não vá se hospedar em Piranguçu e eu nem sei dizer se existe hotel por lá. Mas é bem possível que você vá até Itajubá, Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí, Muzambinho ou qualquer outra cidade das redondezas. E então fica a dica. Vá sem destino, principalmente se você não conhecer nada por ali, afinal, “qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada”?