TURISMO CATÓLICO EM SÃO PAULO
O Lugarzinho é aquele espaço de descoberta, de encontro — daquelas dicas com jeitinho de segredo que a gente só compartilha com quem gosta de ver o mundo com olhos atentos. Com a chegada da Páscoa, tempo propício à introspecção e renovação, pensamos: por que não transformar este momento em uma oportunidade de conhecer igrejas que guardam histórias, arte e memórias pouco conhecidas?
O roteiro que você tem em mãos foi preparado com carinho e atenção aos detalhes. Visitamos alguns desses lugares, ouvimos relatos de quem vive por perto, mergulhamos em pesquisas e também no trabalho do Guia Turístico Católico do Estado de São Paulo, publicado pela Secretaria de Turismo e Viagens, que mapeia e valoriza a fé, a cultura e o patrimônio dos quatro cantos do Estado.
Aqui, reunimos templos no coração da capital e outros espalhados pelo interior e litoral, cada um com seu encanto particular. De abadias centenárias que abrigaram personagens históricos a santuários onde ainda ecoam as procissões, o convite está feito: percorra este caminho no seu tempo, com calma e curiosidade. Comece agora, durante a Semana Santa — ou quando sentir que é hora de descobrir um novo lugarzinho para chamar de seu.

Na Capital e Grande São Paulo
Igreja Nossa Senhora dos Homens Pretos – Encontro de Culto e Tradições
Fundada em 1594, a Igreja Nossa Senhora dos Homens Pretos se impõe como um singular testemunho da história de São Paulo. Erguida sobre a taba que pertencia ao cacique Tibiriçá, o templo carrega, em suas paredes e ritos, a essência da presença e da luta dos povos originários, se entrelaçando com a influência das Ordens Primeira do Carmo e Venerável Ordem Terceira do Carmo. Esse casamento de tradições e devoções fez da igreja não apenas um espaço de culto, mas também um símbolo da ação social e da memória dos personagens que marcaram a cidade.
A estrutura preserva relatos e vestígios de uma época em que a espiritualidade se manifestava de forma intensa, fazendo com que a comunidade reconheça o templo como um marco de identidade e transformação social.
Av. Rangel Pestana, 230 – Sé / (11) 3242-8361 e (11) 94602-3882.
Santuário de Nossa Senhora da Penha – O Legado de Devoção à Padroeira de São Paulo

O Santuário de Nossa Senhora da Penha é conhecido por seus inúmeros relatos de milagres, que atravessam gerações de fé e devoção em São Paulo. Ao longo dos séculos, moradores e peregrinos recorreram à padroeira para pedir bênçãos, curas e a tão esperada chuva em tempos de secas e epidemias. Esse local sagrado convida tanto os devotos quanto os visitantes a se conectarem com uma tradição viva que irradia esperança e proteção.
As procissões grandiosas não apenas reúnem multidões, mas também celebram a continuidade de uma fé popular que resiste ao passar do tempo. Cada celebração transforma o santuário em um ponto de convergência de histórias e milagres. Para quem busca um refúgio espiritual repleto de energia e histórias inspiradoras, o Santuário de Nossa Senhora da Penha é, sem dúvida, um destino imperdível.
Rua Santo Afonso, 199 – Penha /(11) 2295-4462.
Capela de São Sebastião (antiga Capela de Santa Cruz) – Fundamento de Fé em Solo Tropeiro
No coração de Rio Grande da Serra, a Capela de São Sebastião é um verdadeiro relicário da história e da fé na região do Grande ABC. Originalmente erguida em 1611 por tropeiros que levavam sal de Santos para o Planalto, a capela testemunhou a passagem dos séculos.
Em 1745, a adição de uma torre em estilo jesuítico, adornada com símbolos portugueses, reforçou sua imponência, preparando o cenário para um novo capítulo: em 1906, um peregrino desconhecido esculpiu em madeira a imagem de São Sebastião, e, desde então, o templo passou a levar o nome do santo, padroeiro de Rio Grande da Serra.
Considerada uma das construções mais antigas e fundamentais da região, a capela é vista como a pedra angular sobre a qual a cidade se assentou. Celebrada em datas marcantes — São Sebastião em 20 de janeiro; Santa Cruz nos dias 3 de maio e 14 de setembro, ela permanece como ponto de encontro para os fiéis e uma luz orientadora para a comunidade. Av. Francisco Morais Ramos, 10 – Centro de Rio Grande da Serra / (11) 3106-0081.
O silêncio e a arte no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra

A apenas alguns quilômetros da capital paulista, Itapecerica da Serra abriga um refúgio de espiritualidade e beleza singela: o Mosteiro Nossa Senhora da Paz. É ali que as monjas vivem sustentadas pela liturgia, pela Lectio Divina e pela Regra de São Bento, em um ritmo de vida marcado pela oração, pelo trabalho e pela contemplação.
Mas esse lugar de recolhimento carrega também um traço raro de beleza: foi residência e local de repouso final do artista plástico Cláudio Pastro (1948–2016), considerado um dos maiores nomes da arte sacra contemporânea no Brasil. Pastro, oblato beneditino, dedicou mais de 40 anos à criação de obras que expressassem a fé por meio da beleza. Seu túmulo está no espaço externo do Mosteiro, junto à natureza, em coerência com seu desejo de uma vida (e morte) simples, integrada ao espírito monástico.
Visitar o Mosteiro é adentrar um espaço onde a arte e a fé se encontram em silêncio, onde a contemplação tem morada, e o tempo parece se curvar em um gesto de reverência ao eterno. Nas palavras de São Bento, “um lugar para ouvir com o coração”.
Estr. Mosteiro Nossa Sra. da Paz, 1400 – Itapecerica da Serra – SP / (11) 4667-1674
No Litoral de São Paulo
Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat: Fé, História e uma Vista de Tirar o Fôlego
No alto do Monte Serrat, a mais de 150 metros de altura, repousa o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat, um dos pontos mais icônicos de Santos. Mais do que um destino turístico, é um lugar de peregrinação e devoção, onde fiéis sobem os 402 degraus da escadaria em agradecimento, oração e busca por paz espiritual.
A história da padroeira da cidade remonta ao século XVI, quando a imagem de Nossa Senhora foi trazida da Catalunha, na Espanha, pelo governador-geral do Brasil, Dom Francisco de Souza. Desde então, sua presença se entrelaça com a própria história santista, sendo protagonista de um dos milagres mais conhecidos da região: em 1614, durante a invasão de piratas holandeses, os moradores buscaram refúgio na capela e rogaram pela proteção da Virgem. Segundo a tradição, um deslizamento de terra soterrou os invasores, livrando a cidade do ataque.
A devoção cresceu ao longo dos séculos, e, em 1955, Nossa Senhora do Monte Serrat foi oficialmente coroada padroeira de Santos. Hoje, além da experiência espiritual, o local oferece uma das vistas mais impressionantes da cidade, sendo possível avistar o porto, as praias e a imensidão do oceano. Para quem prefere um trajeto mais tranquilo, há também um bonde funicular, que leva visitantes ao topo sem esforço.
Seja para agradecer, pedir intercessão ou simplesmente contemplar a beleza do lugar, o Santuário de Monte Serrat é um convite para quem deseja sentir a espiritualidade de Santos e se conectar com sua história e tradição.
Caminho Monsenhor Moreira, 33 – Morro do Monte Serrat, Santos – SP / (13) 3235-2295
Basílica de Santo Antônio do Embaré – Fé à Beira-Mar em Santos

De frente para o mar, em uma das regiões mais encantadoras de Santos, está a Basílica de Santo Antônio do Embaré — um verdadeiro cartão-postal de fé, história e beleza arquitetônica. Com suas torres góticas e vitrais coloridos, o templo impressiona quem passa pela Avenida Bartolomeu de Gusmão, convidando à contemplação logo à entrada.
A história começou com uma capela simples, erguida em 1874 pelo barão de Embaré. Décadas depois, ela se transformaria nesta belíssima basílica neogótica, inaugurada em 1945 e elevada pelo Papa Pio XII em 1952. Por dentro, é impossível não se emocionar com os murais à têmpera de Pedro Gentili, os 44 pilares em granilito rosa e o órgão com cerca de 3.800 tubos, que emolduram o silêncio das orações.
No teto, quatro arcanjos com palavras como pureza, pobreza, oração e obediência nos lembram da simplicidade da fé. Já os sete sacramentos inscritos ali nos convidam a percorrer, com o coração aberto, os mistérios da vida cristã.
Em Santos, durante a Semana Santa, essa pequena joia à beira-mar convida ao silêncio e à contemplação: entre, ore, admire — e deixe-se tocar pela harmonia entre o humano e o divino.
Av. Bartholomeu de Gusmão, 32 – Embaré, Santos – SP / (13) 3227-5977
Igreja Matriz de São Vicente Mártir: Um Marco da História Brasileira
Visitar a Igreja Matriz de São Vicente Mártir é mergulhar na própria história do Brasil. Situada no coração de São Vicente, a cidade mais antiga do país, a igreja carrega marcas do passado desde sua primeira construção, em 1532, sob a liderança de Martim Afonso de Sousa. Após ser destruída por um maremoto e, mais tarde, por ataques de piratas, sua atual estrutura, erguida em 1757, continua sendo um símbolo de fé e resistência.
Para quem visita São Vicente na Semana Santa, conhecer essa igreja é uma experiência ainda mais especial. Seu interior abriga imagens sacras e altares que testemunharam séculos de devoção. Além das celebrações litúrgicas tradicionais, a igreja proporciona um ambiente de reflexão e conexão espiritual, perfeita para momentos de oração e contemplação.
A localização privilegiada, no centro da cidade, também permite que o visitante explore os arredores, como a Praça João Pessoa e a orla vicentina, tornando a visita ainda mais enriquecedora.
Seja para conhecer mais sobre as raízes históricas do Brasil, para participar das celebrações religiosas ou simplesmente para admirar sua beleza arquitetônica, a Igreja Matriz de São Vicente Mártir é um lugar imperdível.
Praça João Pessoa, s/n – Centro, São Vicente – SP / (13) 3468-2658
Capela de São Benedito: Memórias de uma Ubatuba Simples

À beira da praia, em sentido literal, encontra-se um pequeno refúgio de fé e simplicidade: a Capela de São Benedito, na Praia do Lázaro, em Ubatuba. Pequena, discreta, mas profundamente acolhedora, essa igreja é um pedaço vivo de um tempo em que o bairro ainda se resumia a casas de portões baixos, ruas tranquilas e uma comunidade unida que se encontrava o tempo todo: na vendinha do “Seu” Jorge (que depois abriu um grande mercado), a caminho da praia ou da missa, nem sempre nessa ordem.
Quem chegava à praia em um domingo de manhã podia ver, de longe, os fiéis reunidos, suas vozes misturando-se ao som das marés. A missa acontecia a poucos metros da areia, e quem estivesse vendo pela primeira vez achava difícil dissociar a espiritualidade do cenário natural. Os muros laterais que há uns bons anos cercam a igreja, não existiam; sinais de tempos mais incertos.
Para aqueles que passaram a infância veraneando no Lázaro, a Igreja de São Benedito é um símbolo afetivo, um marco de tempos mais simples, em que Ubatuba ainda não conhecia prédios altos e o ritmo da vida era ditado pelos encontros despretensiosos à sombra das árvores e ao som peculiar da praia.
Ainda hoje, sua singeleza convida não apenas ao recolhimento, mas também ao reconhecimento do que há de mais essencial na fé: o sentimento de pertencimento e gratidão. Para quem visita a Praia do Lázaro, vale a pena fazer uma pausa e conhecer essa pequena joia, que continua a acolher, com a mesma ternura de sempre, aqueles que chegam de coração aberto.
Rua Jaboticabeira, 30 – Praia do Lázaro – Ubatuba / SP
No Interior do Estado de São Paulo
Arte e Fé: Um Roteiro com Portinari na Semana Santa

Para quem deseja vivenciar a Semana Santa de maneira especial, unindo religiosidade e arte, um passeio por Brodowski e Batatais pode ser memorável.
Em Brodowski, a poucos passos do Museu Casa Portinari, está a singela Capela de Santo Antônio. Em 1942, movido pela devoção e pela preocupação com a saúde do filho, Cândido Portinari pintou o óleo sobre tela Santo Antônio, expressão de sua gratidão e crença. Foi justamente no domingo de Páscoa de 1942 que o artista doou a obra à paróquia. A visita à capela, combinada com um passeio pelo museu, oferece uma oportunidade de mergulhar na obra e na vida do artista, que sempre trouxe elementos da espiritualidade para sua arte.
Seguindo viagem até Batatais, a experiência se aprofunda com a Via Sacra da Igreja Matriz do Bom Jesus da Cana Verde. Nesta igreja, Portinari deixou um legado inesquecível: 14 painéis retratando a Paixão de Cristo, conduzindo os fiéis por uma jornada de meditação e oração. Suas pinceladas intensas e cheias de emoção transformam cada estação do caminho de Jesus ao Calvário em uma experiência tocante, capaz de sensibilizar mesmo aqueles que não seguem a fé cristã.
Seja para rezar, refletir ou simplesmente contemplar, esse roteiro é um convite para sentir a força espiritual e a beleza artística de um dos maiores nomes da pintura brasileira. Durante a Semana Santa, essa jornada se torna ainda mais significativa, permitindo que cada visitante caminhe – entre arte e devoção – ao encontro de uma vivência transformadora.
Praça Cândido Portinari, Brodowski, São Paulo
Praça Cônego Joaquim Alves, 42 – Centro – Batatais/SP / (16) 3761-2489
Catanduva: Fé, História e o Legado de Padre Albino
Catanduva não é apenas um ponto no mapa do interior paulista – é uma cidade marcada pela generosidade e pelo legado de um homem cuja vida se entrelaça com a história local. Padre Albino Alves da Cunha e Silva chegou em 1918 e, desde então, transformou a cidade em um polo de acolhimento e assistência social. Ele não apenas ergueu templos de fé, mas também hospitais, lares para idosos e crianças, escolas e instituições que, até hoje, impactam a vida dos moradores.
A Igreja Matriz de São Domingos, onde estão guardados seus restos mortais, é um marco não apenas religioso, mas também artístico. Suas 19 telas assinadas por Benedito Calixto são um tesouro tombado pelo Estado, um convite para quem aprecia história e arte sacra. Além disso, a praça ao redor, projetada pela renomada arquiteta paisagista Rosa Kliass, é um espaço de contemplação e memória.
Em abril de 2025, completam-se 107 anos da chegada desse padre português à cidade. Mais do que um nome venerado, Padre Albino está a um passo da santidade, com seu processo de beatificação em andamento no Vaticano. Conhecer Catanduva é mergulhar nessa história de fé e transformação, sentindo de perto a força de um dos maiores benfeitores do interior paulista e homem que dedicou sua vida ao próximo.
Praça Monsenhor Albino, s/n – Centro, Catanduva – SP / (17) 3522-2901
Catedral de Sant’Ana em Itapeva: Um Tesouro em Vaso de Barro

No coração de Itapeva, a Catedral de Sant’Ana se ergue como um testemunho vivo da fé e da história que moldaram a cidade desde o século XVIII. Construída em taipa de pilão a partir de 1785, suas paredes carregam marcas do passado – do trabalho dos 40 escravizados que ergueram a estrutura ao barroco colonial singelo que define sua arquitetura. O templo, que nasceu modesto, cresceu ao longo dos séculos, acompanhando as transformações da cidade e mantendo sua importância como centro espiritual e histórico.
Cada fase de sua ampliação conta um capítulo à parte. A construção das torres, entre os séculos XIX e XX, trouxe imponência, mas também desafios curiosos, como o enorme formigueiro de saúvas que ameaçou a estrutura no início dos anos 1900. No passado, o local chegou a servir como cemitério público, e até hoje abriga sepulturas de figuras ilustres da região. Ao longo do século XX, sucessivas reformas modernizaram o templo sem apagar suas raízes, culminando na grande restauração entre 1986 e 1992 feita pelo artista sacro Claudio Pastro, que lhe rendeu o poético codinome de “tesouro em vaso de barro”.
Visitar a Catedral de Sant’Ana é caminhar por mais de dois séculos de história, observando cada detalhe preservado – das linhas clássicas da fachada às pias batismais em cedro. Mais do que um símbolo religioso, este templo é uma relíquia da identidade de Itapeva, um espaço que convida à contemplação, à fé e à redescoberta do passado.
R. Santana, 103 – Centro, Itapeva – SP / (15) 3522-0437
Catedral Nossa Senhora do Amparo: A Igreja que Deu Nome à Cidade
No coração de Amparo, ergue-se uma catedral que carrega em suas paredes a própria origem do município. No terreno doado por João Bueno da Cunha, um dos primeiros povoadores da região, foi erguida uma capela para abrigar a imagem de Nossa Senhora do Amparo, vinda diretamente da cidade do Porto, em Portugal, por encomenda de Dona Anna Cintra, esposa do Barão de Campinas. Essa imagem, tão especial para os primeiros moradores, inspirou o nome que a cidade passou a carregar, sendo Nossa Senhora do Amparo a venerável padroeira.
A construção da igreja matriz, que mais tarde se tornaria catedral, teve início atrás da antiga capela e foi abençoada em 2 de fevereiro de 1878. Mas foi ao longo das décadas seguintes que a igreja ganhou sua imponência atual. Nos anos 1920, sob o projeto do engenheiro Amador Cintra do Prado, as torres foram erguidas, as naves laterais ampliadas e a estrutura reforçada para sustentar a cúpula, transformando o templo em um marco arquitetônico da cidade. Seu interior guarda verdadeiras obras de arte: os púlpitos e confessionários entalhados por Albano Pereira e João Siqueira, as telas do renomado Benedito Calixto, e a rica decoração interna concluída em 1950 pelo pintor Mário Thomazi.
Mais do que um espaço de oração, a Catedral Nossa Senhora do Amparo é um símbolo vivo da cidade e de sua história.
Pça. Mons. João Batista Lisboa, 175 – Centro – Amparo/SP / (19) 3807-5748
Paróquia de São João Batista: O Berço de Joanópolis

No coração de Joanópolis, a Paróquia de São João Batista não é apenas um templo religioso, mas um marco fundamental na origem e no crescimento da cidade. Sua história começa com a generosa doação de terras por Luiz Antônio Figueiredo e João Batista Nogueira, permitindo não apenas a construção da igreja, mas também a expansão da futura cidade. Ali, em 24 de junho de 1887, foi celebrada a primeira missa e a imagem de São João Batista foi abençoada, marcando o início de uma devoção que perdura até hoje.
A importância da igreja se consolidou em 19 de setembro de 1898, quando foi elevada à categoria de paróquia pelo bispo diocesano Dom Joaquim Arcoverde Cavalcanti, então líder da Arquidiocese de São Paulo. O primeiro vigário, Padre Ferdinando Rosa, chegou pouco tempo depois, em 13 de novembro do mesmo ano, para dar início ao pastoreio de uma comunidade que crescia em fé e tradição.
Mais do que um espaço de oração, a Paróquia de São João Batista reflete a alma de Joanópolis, com sua arquitetura imponente e suas celebrações que unem moradores e visitantes. Quem caminha em seu interior encontra não apenas um refúgio de espiritualidade, mas também um elo com o passado e as raízes que deram vida à cidade.
Largo São João, s/n – Centro, Joanópolis – SP / (11) 4539-9223
Paróquia Nossa Senhora do Rosário: Fé, História e Resistência em Piracaia
Mais que uma construção de taipa de pilão, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Piracaia, é um relicário da história local — e testemunha silenciosa de um tempo em que a fé sustentava e fortalecia a comunidade. Construída entre 1839 e 1870, a igreja foi erguida para acolher os fiéis que, na época, eram impedidos de frequentar o templo principal – especialmente os escravizados e seus descendentes, devotos de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e São Benedito. Ainda hoje, seus altares de madeira e suas paredes, com quase um metro de espessura, testemunham essa trajetória. O interior da igreja revela preciosidades, como o brasão do império e os painéis de azulejos que contam histórias através da arte. Visitar esse espaço é se conectar a um passado de luta e devoção, em um dos templos mais emblemáticos de Piracaia.
Praça Nossa Sra. do Rosário, 110-176 – Centro, Piracaia – SP.
Paróquia Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Dores: Fé e História Entre Rios, Serras e Cafés

No coração de Espírito Santo do Pinhal, entre as montanhas e cafezais que moldam a identidade da cidade, a Paróquia Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Dores se ergue como um dos templos mais importantes da região. O que começou como uma simples capela cresceu e se tornou a Igreja Matriz em 1886, acompanhando o desenvolvimento do município, cujas raízes remontam à antiga Fazenda do Pinhal. Além de sua beleza arquitetônica, a igreja guarda relíquias históricas, como um relógio importado da Alemanha, que marca não apenas as horas, mas também o tempo de fé que atravessa gerações. Visitá-la é mergulhar em um pedaço vivo da história da cidade, que já foi palco de disputas por terras e até participou da Revolta de Ribeirãozinho, movimento que buscava restaurar a monarquia no Brasil. Entre o passado e o presente, essa igreja permanece como símbolo de devoção e resistência, atraindo peregrinos e visitantes em busca de espiritualidade e contemplação.
Praça da Independência, s/n – Centro, Espírito Santo do Pinhal – SP / (19) 3651-3046
Igreja Matriz de São Bento do Sapucaí: Fé e História na Mantiqueira
No coração da Mantiqueira Paulista, entre vales e montanhas que inspiram contemplação, ergue-se a Igreja Matriz de São Bento do Sapucaí. Mais do que um templo, essa igreja é um marco religioso e histórico da cidade, erguida pelo árduo trabalho escravo e refletindo a devoção de seus moradores e o legado cultural da região.
Construída no século XIX e dedicada a São Bento, o padroeiro do município, a igreja apresenta um estilo arquitetônico colonial com influências barrocas, harmonizando simplicidade e elegância. Sua fachada discreta e ornamentada convida ao recolhimento, enquanto seu interior revela belos altares, imagens sacras e vitrais coloridos, que filtram a luz e criam um ambiente de espiritualidade e contemplação.
Mais do que um lugar de culto, a Matriz reúne fiéis e visitantes em celebrações, procissões e eventos culturais, e quem passa por São Bento do Sapucaí não pode deixar de conhecer esse espaço em que a fé se mistura à beleza da Serra da Mantiqueira.
Praça Cônego Bento de Almeida, São Bento do Sapucaí – SP / (12) 3971-2227
Paróquia Nossa Senhora da Conceição: Fé, Tradição e Comunidade em Cunha

Em Cunha, a fé se traduz em cores, celebrações e um senso de comunidade que atravessa gerações. A Paróquia Nossa Senhora da Conceição, além de sua arquitetura belíssima e influências da colonização portuguesa, é um verdadeiro coração vibrante da cidade, nutrido pelo envolvimento ativo dos fiéis em festas e tradições religiosas ao longo do ano.
Dentre as celebrações, a Festa do Divino Espírito Santo, em julho, mobiliza toda a cidade com novenas, missas e cortejos, mantendo viva uma tradição de profunda devoção. Em dezembro, os festejos da padroeira Nossa Senhora da Conceição enchem as ruas de fé e alegria. A Festa de São José da Boa Vista, a Festa de São Benedito e as festividades em honra a Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora Aparecida e Sá Mariinha, todas ao longo do ano, mostram como a religiosidade está enraizada na cultura local.
Durante a Semana Santa, a paróquia promove uma intensa programação litúrgica, convidando moradores e visitantes a vivenciarem momentos de reflexão e espiritualidade. Um dos pontos altos da devoção em Cunha é a confecção do tapete de Corpus Christi, feito com serragem colorida, folhas e flores. O trabalho coletivo e a beleza do tapete transformam as ruas em um verdadeiro espetáculo de fé e arte, proporcionando uma experiência emocionante tanto para quem participa quanto para quem observa.
Seja pelas celebrações ou pelo calor humano de sua comunidade, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição é um símbolo de devoção e acolhimento, fazendo de Cunha um destino especial para quem busca não apenas conhecer a história local, mas também vivenciar sua espiritualidade.
Praça Cônego Siqueira – Cunha, SP.
Roseira e Roseira Velha: Entre a Estrada e o Sagrado
Às margens do antigo Caminho Real, onde tropeiros e viajantes cruzavam os sertões entre São Paulo e Rio de Janeiro, nasceu Roseira — um pequeno município com pouco mais de 11 mil habitantes, mas de alma vasta e silenciosamente devota. A origem da cidade remonta ao século XVIII, quando o povoado começou a se formar em torno de uma capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário, posteriormente denominada Nossa Senhora da Piedade, na região hoje conhecida como Roseira Velha.
Desmembrada de Aparecida em 1963, Roseira carrega ainda os ecos desse território comum: muitos peregrinos que caminham rumo ao Santuário Nacional fazem da cidade um ponto de repouso e contemplação. Por suas ruas tranquilas, respira-se um tempo mais devagar — e mais sagrado.
Entre suas construções de valor histórico e religioso estão a Igreja Matriz de Sant’Ana, a singela Capela de Nossa Senhora da Piedade, a antiga Fazenda Boa Vista e, mais recentemente, o Santuário da Sagrada Família, elevado à essa condição em novembro de 2024. O mosteiro, que antes abrigava silêncio e oração em recolhimento, hoje acolhe também os passos dos devotos e visitantes que se deixam tocar pela beleza do entorno e pela espiritualidade do lugar.
Roseira é dessas cidades que sussurram, e quem escuta, leva consigo um pouco da paz que só se encontra nos caminhos entre a fé e a estrada.
Praça Nossa Sra. da Piedade, Roseira Velha – SP / (12) 3646-1147
Igreja de Santa Catarina de Alexandria: Um Refúgio para os Amantes das Rodas em Guararema

No meio do verde e das estradas de terra bem cuidadas de Guararema, há um lugar que une fé, história e aventura: a Igreja de Santa Catarina de Alexandria. Construída em 1824, essa singela igreja se tornou ponto de encontro de ciclistas, trilheiros de moto e entusiastas dos 4×4, que fazem dela uma parada obrigatória em seus roteiros de fim de semana.
Santa Catarina de Alexandria, a santa que dá nome à igreja, é conhecida como a protetora dos que vivem sobre rodas. Segundo a tradição, ao ser condenada à execução em uma roda dentada, ela fez o sinal da cruz e a roda se quebrou. Desde então, é invocada por aqueles que trabalham com rodas e por quem busca proteção contra acidentes.
Além da conexão especial com os ciclistas, a igreja também é palco de celebrações tradicionais, como a Festa Caipira de Santa Catarina, a do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora Aparecida, sempre acompanhadas de deliciosas comidas típicas. Mas o grande destaque é a Missa dos Ciclistas, que reúne devotos sobre duas rodas para agradecer, pedir proteção e fortalecer a fé antes de encarar as trilhas da região.
Seja para uma pausa na pedalada, para um momento de oração ou simplesmente para apreciar a paisagem tranquila do campo, a Igreja de Santa Catarina de Alexandria é um daqueles “lugarzinhos” que valem a visita – e que mostram como a fé pode estar presente até mesmo na aventura sobre rodas. 🚴✨
Estrada Municipal Santa Catarina, Km 06 – Bairro Santa Catarina, Guararema – SP / (11) 97502-7234
Santuário Frei Galvão – Um Encontro com o Primeiro Santo Brasileiro
Em Guaratinguetá, terra natal de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, repousa um santuário novo, mas já profundamente enraizado na fé de milhares de devotos: o Santuário Frei Galvão, inaugurado há apenas quatro anos e dedicado ao primeiro santo nascido no Brasil. Em pleno Vale da Fé, esse templo vem se consolidando como um espaço de acolhimento espiritual e peregrinação, especialmente durante períodos como a Semana Santa, quando o coração busca silêncio, reconciliação e sentido.
Canonizado em 2007 pelo Papa Bento XVI, Frei Galvão é conhecido por sua caridade incansável, profunda espiritualidade e os inúmeros relatos de curas milagrosas atribuídas à sua intercessão. Padroeiro dos construtores civis e amigo dos pobres, dos enfermos e dos esquecidos, ele representa um tipo de santidade acessível e profundamente humana — feita de oração, serviço e cuidado.
Aqueles que visitam o santuário não apenas conhecem um espaço arquitetonicamente belo e sereno, mas também se conectam com uma trajetória de fé iniciada no século XVIII, que permanece viva até hoje. O local é especialmente procurado por quem deseja rezar, agradecer ou pedir pelas famosas pílulas de Frei Galvão, símbolo de sua intercessão carinhosa junto aos que sofrem.
Visitar o Santuário Frei Galvão durante a Semana Santa é se permitir tocar pela simplicidade que transforma, pela fé que acolhe e pela esperança que cura. É encontrar, em meio ao caminho, um lugarzinho de paz onde a devoção do povo brasileiro se manifesta com força e ternura — exatamente como Frei Galvão viveu.
Av. José Pereira da Cruz, 53 – Jardim do Vale, Guaratinguetá – SP / (12) 3125-1444
Mosteiro de São João – Um Refúgio de Paz e Canto na Serra

Localizado em meio a um bosque de ciprestes, a poucos quilômetros do centro de Campos do Jordão, o Mosteiro de São João é um verdadeiro convite à contemplação. Conhecido também como Mosteiro das Irmãs Beneditas, este espaço sagrado abriga 27 monjas que vivem conforme a tradição de São Bento, dedicando-se à liturgia, à Lectio Divina e à oração.
Ao atravessar um estreito caminho que serpenteia por um jardim encantador e conduz a um lindo lago repleto de peixes, o visitante já se sente imerso em um ambiente de silêncio e beleza natural. Por entre trilhas pontuadas por luzes serenas, revelam-se pequenas grutas com imagens cristãs — espaços de recolhimento, silêncio e serenidade.
A principal atração acontece todos os dias, às 17h45, na Capela de São João Batista, onde as monjas se reúnem para um recital de canto gregoriano, entoando preces em latim, grego e português de forma contida e afinada – um momento genuíno de oração que toca o coração dos visitantes, sem o intento de entreter, mas de compartilhar a essência da fé.
Além disso, o mosteiro conta com uma acolhedora loja e um café, onde é possível encontrar livros, imagens, artesanatos e deliciosos doces e pães preparados pelas próprias irmãs. Se você busca um refúgio para desacelerar, ouvir o silêncio e se conectar profundamente com sua espiritualidade, o Mosteiro de São João é o destino perfeito para renovar a alma.
Av. Dr. Adhemar de Barros, 330 – Abernéssia, Campos do Jordão – SP / (12) 3673-1060