Pedro Schiavon | 11/08/2023 | 0 Comentários

FAZENDA DO CHOCOLATE (Itu/SP)

O que menos tem na Fazenda do Chocolate é chocolate. Mas tem, e é bom, feito conforme as receitas de dona Regina Célia, com cacau selecionado e ingredientes para lá de especiais. Mas como quem só quer chocolate é o Tim Maia, para mim o melhor de tudo é que para chegar até ele você precisa conhecer as diversas outras atrações de um lugarzinho muito, muito diferente.

A Fazenda do Chocolate é, na verdade, a Fazenda da Serra, importante marco do período colonial brasileiro. Fundada há mais de 300 anos pelos bandeirantes à margem do rio Tietê, ela ainda preserva seu patrimônio arquitetônico, que registra importantes ciclos da história do Brasil. E guarda isso em um lugar bucólico (como diria Pierina) e agradável, perfeito para passar algumas horas longe do stress da cidade grande.

A sensação agradável começa no caminho, na bela Estrada Parque que sai da Marechal Rondon e leva ao local. E segue ao se chegar à fazenda – que não cobra entrada nem estacionamento – onde você já encontra um simpático trenzinho, que pode leva-lo por um passeio até o mirante da fazenda, com paisagens incríveis e passagens pelo orquidário e outras atrações do local.

É ele quem o conduzirá por um universo caipira, onde se pode interagir com um grande número de animais soltos, como araras, perus, cisnes, gansos, pavões, avestruzes, tatus, coelhos, cabras, vacas e até lhamas, que não se aproximam, mas observam tudo atentamente.

O passeio pode incluir a produção de café, já que a Fazenda foi por muitos anos uma importante propriedade do ciclo cafeeiro e mantém um espaço dedicado a ele, onde o visitante pode se servir de um típico café caipira preparado no fogão a lenha e passado em coador de pano.

E, finalmente, o chocolate. O roteiro vai “do cacaueiro ao chocolate”, começando pela plantação de cacau em estufa da fazenda, passando pela barcaça feita para secagem do fruto e terminando já na produção de bombons e barrinhas, feitos com grande concentração de cacau e altíssimo nível de pureza. Para quem quiser (e quem não quer?), o itinerário pode incluir ainda oficinas e degustações de chocolate.

Cabe avisar que muitas dessas atrações só funcionam nos períodos de férias e nos finais-de-semana – e que são pagas, com preços reduzidos ou gratuitos para crianças. Pode-se, porém, passear sozinho e à vontade por todos esses lugares da fazenda – gratuitamente.

Uma ótima alternativa é passar horas e horas nas mesinhas da lanchonete que, embora tenha poucas opções de comida (o que é amplamente compensado pelo restaurante), fica à beira do lago, onde se pode contemplar a maioria dos animais da fazenda até perder a noção do tempo.

E para não sair de lá de mãos abanando, cabe ainda dar uma passadinha na loja de chocolates ou na adega montada na antiga senzala da fazenda, onde pode-se comprar maravilhas dali mesmo, como o café arábica selecionado, cachaças artesanais, queijos, vinhos, biscoitos, conservas, pães, massas, mel, doces e bolos de banana, milho, cuca, fubá cremoso… É melhor parar por aqui, né?

Vá sem pressa e despreocupado, para passar o dia. Você certamente voltará mais leve – de cabeça – e mais pesado – por culpa (ou mérito) das guloseimas.

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