ROTA FREI GALVÃO 2 – CONHECIMENTO
Antigas fazendas de café, trilhos de trem e até um chafariz têm muito o que contar sobre a história de São Paulo: estamos falando da Rota Conhecimento, mais uma etapa da Rota Franciscana Frei Galvão que espera por você em Bananal; é lá que você iniciará o percurso.
1º Trecho
Desfrutar da riqueza natural expressa na forma de quedas d’água, trilhas e lindas paisagens e visitar casarões que remontam o período do império são os prêmios antecipados que estimulam a caminhada ou pedalada de quase 26 quilômetros até a cidade de Arapeí, o “Rio dos Lambaris”, cidade de grande importância durante o ciclo cafeeiro, sendo distrito de Bananal na época das Capitanias Hereditárias e emancipada apenas no final de 1991.
Para continuar com disposição e seguir de Bananal a Arapeí, uma dica: não se esqueça de cuidar do seu corpo: faça uma boa refeição e hidrate o organismo. Você pode visitar a Fazenda Caxambu, no caminho para Arapeí, e aproveitar para experimentar a comida típica do interior no restaurante Dona Licéia (Fazenda Caxambu – Rodovia dos Tropeiros, SP-68. Tel (12) 3115-1412).
2º Trecho
Para quem estiver fazendo a rota a pé, atenção, pois a cidade seguinte fica a 7 horas de distância: São José do Barreiro, calma cidade, assim denominada por causa do barro que se formava após a chuva e que tornava um pesadelo a passagem de tropeiros.
Estando lá, você pode entrar no Parque Nacional da Serra da Bocaina para ver de perto muitas espécies de plantas e animais. Se der vontade de fazer uma atividade mais calórica, encontrará inúmeros doces caseiros na cidade. E caso não tenha parado para repousar em Arapeí, indicamos algumas opções de hospedagem em São José do Barreiro, como a Pousada do Formoso (Praça Antonio Prado Junior. Tel (12) 3117-1105) ou a Pousada Recanto da Floresta (Estrada Estadual da Bocaina Km 24,5. Tel (12) 3117-1220).
3º Trecho
Até aqui, foram percorridos 56 quilômetros de um total de 155! Então, está na hora de falarmos do próximo destino: Areias, a primeira cidade a cultivar café na região do Vale do Paraíba e que abrigou um sem-número de majestosas fazendas até o início do século XX, quando por questões financeiras e econômicas os fazendeiros precisaram encontrar outras paragens.
Quando de seu início, a cidade serviu de pouso para tropeiros que seguiam para o Rio de Janeiro. A vocação de facilitar a passagem a outro destino originou o nome derivado do tupi: haie (atalho), ou melhor, Areias, o belo atalho de São Paulo e Minas para o Rio.
4º Trecho
Achando que tem muitos tropeiros nesse caminho? E se contarmos que seguindo por mais 25,5 quilômetros, você estará em outro rancho de tropeiros? A cidade é Silveiras, onde você pode repor as energias no Restaurante do Ocílio, que fica – adivinha! – na Fazenda do Tropeiro (Bairro do Ventura, s/nº. Tel (12) 3106-1103.
No passado, Silveiras era um povoado habitado pela numerosa família Silveira, crescido no entorno de uma pequena capela construída para louvar ao Senhor Bom Jesus e que teve duas importantes participações em eventos históricos: durante a Revolução Liberal de 1842 e na Revolução Constitucionalista de 1932, quando teve papel de Quartel-General do Movimento.
5º Trecho
Deu para perceber quantas coisas sobre São Paulo você pôde reviver na Rota do Conhecimento? Vamos caminhar ou pedalar mais um pouco?
O destino é Cachoeira Paulista, e se até aqui você aproveitou a paz e harmonia de tantos lugares incríveis e que a vida na “urbis” tantas vezes nos faz esquecer que existe, prepare-se para entrar e meditar em singelas capelas construídas nas áreas rurais do percurso, convivendo com a simplicidade, gentileza e afeto dos habitantes locais.
6º Trecho
A partir daqui, os trechos de longa distância entre uma cidade e outra ficarão menores. De Cachoeira Paulista você trilhará apenas 7,2 quilômetros até Canas. Parli italiano? Se respondeu “Sim!”, terá encontrado muita gente com quem parlare, já que os imigrantes vindos da Itália em 1887 tornaram Canas o seu lar; hoje seus descendentes formam a pequena população da cidade em que tiveram oportunidade e boa terra para plantar e cultivar cana-de-açúcar, arroz e um futuro.
7º Trecho
Da italianíssima Canas, em 3,5 horas a pé ou 1 hora pedalando, você entrará numa cidade que desde o início é procurada por aventureiros: Lorena. Claro que a aventura de séculos passados era outra, pois havia ouro a ser encontrado e enviado para Portugal, e para chegar à Coroa, os caçadores de riquezas precisavam alcançar o mar. Daí a passagem por cidades do interior paulista, como Lorena.
Para chegar à cidade, você percorrerá um trecho que cruza a Floresta Nacional de Lorena, uma imensa reserva de Mata Atlântica, ou seja, mais um caminho repleto de belezas naturais, totalmente reflorestado com espécies nativas como ipês, paineiras, jequitibás e até pau-brasil.
Faltando tão pouco para finalizar a Rota Conhecimento, que tal transitar por outros pontos dessa movimentada cidade? Visite a Basílica de São Benedito, de estilo neo-gótico e que abriga o Museu de Arte Sacra; conheça a Casa da Cultura – Solar Conde Moreira Lima, construção de estilo neo-colonial e importante registro da fase áurea do Vale do Paraíba. Alegre-se com essa conquista e aproveite para provar os famosos pasteizinhos de nata da Chopperia Castelinho (Rua Comendador Custódio Vieira, 22. Tel (12) 3153-3387 / 3152-6659). Sua trilha está quase acabando e você venceu o cansaço para ir, agora de Lorena à Guaratinguetá.
8º Trecho
Um dos mais importantes municípios e segunda maior economia do Vale do Paraíba, Guaratinguetá vem se destacando pelo forte turismo religioso especialmente em função dos processos que envolveram a beatificação e, posteriormente, a canonização de Antônio de Sant’Anna Galvão, nascido nessa cidade em 1739 e, desde 2010, reverenciado com São Frei Galvão.
Enfim, você completou a Rota Conhecimento e merece as nossas felicitações! Continue firme para caminhar conosco na Rota Esperança!
Por Karina Del Monte Schiavon