CACHOEIRA DA PEDRA FURADA (Biritiba-Mirim)

Saúde, disposição para andar algumas horas e uma pequena mochila são coisas mais do que suficientes para se fazer a trilha rumo à Cachoeira da Pedra Furada, cujo acesso se dá entre Mogi das Cruzes e Biritiba-Mirim, no Parque Nacional da Serra do Mar.

A trilha de intensidade leve é de apenas 6,93 Km e a caminhada começa no acostamento da Mogi-Bertioga, km 77, perto de um restaurante e da balança de veículos. Percorrendo 3,5 Km, vindo de Mogi das Cruzes e pisando em Biritiba-Mirim, avista-se o marco da entrada do Parque, que tem aproximadamente 315 mil hectares e representa a maior porção contínua preservada de Mata Atlântica no território brasileiro.

Com flora e fauna imensamente ricas, a Serra do Mar cruza os litorais Sul – onde a planície se estende por dezenas de quilômetros, Norte – onde é vista bem juntinha ao mar, e a região Central – com poucos quilômetros de planície. Ali há diversos cursos d’água, como o Rio Sertãozinho, que conduz caminhantes, aventureiros e curiosos de plantão a um recanto único no interior do Parque: a Cachoeira da Pedra Furada.

O caminho para a Cachoeira

Para começar a trilha, é preciso prestar atenção à sinalização de fiscalização eletrônica na pista, pois a entrada fica poucos metros depois. Quando o trecho de mata começa, começam também as subidas, e a estreita trilha não dá muitas opções a não ser a caminhada em fila indiana em meio a mata alta, capinzal, brejo, muitas bromélias e bambus no trecho inicial, e vegetação densa e fechada no restante.

Essas características exigem atenção com as bifurcações presentes no trajeto até a cachoeira, sendo que a primeira desponta ainda antes da mata fechar e deve ser tomada à direita para que se possa atravessar dois pequenos córregos, passando por vigas que servem de pontes. A segunda surge em mata cerrada e também deve ser seguida à direita; por fim, pegue à esquerda quando alcançar a terceira das bifurcações e preste atenção ao som de água que corre, pois a confluência do rio Sertãozinho vai levá-lo ao destino de sua caminhada.

Depois de cobrir muitas rochas e passar por trechos em declive, o Sertãozinho, represado por uma imensa rocha, deságua na primeira das cachoeiras: justamente a da Pedra Furada, cuja pedra tem cerca de 20 metros largura e 7 de altura.

Entre os rochedos submersos, nas fendas, se formam os jatos d´água, que caem com força impressionante por entre os espaços. É essa travessia pelas fendas que torna diferente e maravilhosa a queda da cachoeira da Pedra Furada.

Se o clima muda, muda o visual também

As diferenças provocadas pelas mudanças climáticas durante o ano podem alterar não somente as condições de acesso à trilha como também o panorama.

Em períodos de chuva, com o aumento do volume, além de passar por entre as fendas, a água cobre a rocha que represa o rio, formando uma cachoeira ainda maior, que cai com muito mais potência, apresentando um visual diferente e igualmente fantástico.

No entanto, mudanças climáticas interferem também no trajeto até a cachoeira: imagine quanta vida brota em meio à vegetação, mas também quantas poças de lama, quantos trechos escorregadios.

Já nos períodos de clima seco, pode ser até mais fácil tanto a localização quanto a movimentação na mata. A vantagem é que não é preciso transportar uma infinidade de apetrechos em trilhas como essa. Ainda assim, qualquer que seja o clima, não será demais levar capa de chuva ou um anorak, para uma proteção extra em caso de chuva e vento.

Se o clima estiver quente, certamente será irresistível mergulhar e nadar de uma margem à outra nas imensas piscinas que se formam na Pedra Furada. Nessa época, a correnteza costuma ser menos intensa, mas é bom lembrar que ela não sumiu: está lá, presente num rio de quase 2,5 m de profundidade. Portanto, a brincadeira é para gente grande e que, preferencialmente, saiba nadar.

É bom lembrar que quanto mais firme o tempo, menores as chances de um passeio “reservado” apenas para você e seus amigos. Assim, quanto mais cedo iniciar a caminhada, maior a possibilidade de se bronzear nos melhores espaços no entorno das piscinas que se formam.

Sem desvios de rota nem tentativas de encurtar caminho, descendo em bambus, como alguns mais experientes arriscam fazer, leva-se de duas a duas horas e meia para completar o trajeto até lá. O retorno se dá pelo mesmo caminho, e se recomenda que seja feito com a mesma atenção quanto às bifurcações do início do passeio.

A trilha toda, tanto na ida quanto na volta, pode significar horas prazerosas de distração em meio à natureza e sem a necessidade de técnicas, mas apenas de atenção para não perder nenhum detalhe e para que tudo seja divertido até o final dessa caminhada na maior porção de Mata Atlântica existente no Brasil.

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