Pedro Schiavon | 24/08/2023 | 0 Comentários

CACHOEIRA DOS PRETOS (Joanópolis/SP)

Primeira coisa importante a se esclarecer: apesar das diversas histórias que ligam a cachoeira a supostos suicídios e assassinatos de escravos, seu nome vem, na verdade, da família que era proprietária das terras onde ela fica. Descendentes do fidalgo português Antonio Preto, que desembarcou por aqui no século XVI e tornou-se bandeirante, a família Preto espalhou-se pelo estado, fixando muitos dos seus naquela região e dando nome, já no século XIX, a vários bairros, vilarejos e, claro, à Cachoeira dos Pretos.

Segunda coisa importante: esta é a maior cachoeira iluminada do estado de São Paulo. Não significa que se deva tomar banho à noite, embora isso se torne possível. Ela é iluminada para acolher eventos diversos que acontecem ali, como apresentações musicais, festas e afins.

Terceira coisa, importantíssima: Joanópolis é a terra do lobisomem. Todo o folclore da cidade gira em torno dele e não faltam relatos sobre aparições e ataques da criatura, inclusive na região da cachoeira.

Causos à parte, a Cachoeira dos Pretos é, sem dúvida, uma das maiores maravilhas naturais do estado. São 154 metros de altura, um colossal volume de água e uma sequência de quedas que provoca um estrondo que se ouve de longe, muito longe.

No meio da serra da Mantiqueira e a menos de 120 quilômetros da capital, ela é uma das melhores opções de lazer natural do estado. Além da nascente do rio Piracicaba, o visitante encontra ali diversas corredeiras e pequenas quedas d’água, além de um pequeno lago, excelente para banhos.

É possível ainda subir ao topo da cachoeira por uma pequena, íngrime e bem perigosa estrada de terra, onde se deve ter muito cuidado para não despencar nas pedras. A visão de lá de cima é fantástica e algumas pessoas arriscam o banho logo na primeira queda d’água, o que é absolutamente desaconselhável devido à força da correnteza e o perigo de ser arrastado por ela.

Pode-se ir à Cachoeira dos Pretos por Monte Verde ou por São Francisco Xavier, mas o melhor acesso é mesmo por Joanópolis. O caminho é bem sinalizado: são 6 quilômetros de estrada asfaltada e 12 de estrada de terra.

Chega-se então a um local bem estruturado para receber turistas, com um grande estacionamento, quiosque, restaurante e banheiros públicos. Neste lugar pode-se contratar jipes para a subida até o topo ou seguir a pé, numa caminhada de aproximadamente 40 minutos, por cerca de 1,5 km de distância. Há, ainda, ali, espaço para se arvorar no arborismo ou ainda se aventurar no rapel e no boia-cross.

Em agosto, para aproveitar o “mês do cachorro louco”, a cidade de Joanópolis promove a Trilha do Lobisomem, uma “caçada” que sai à meia-noite da praça da Matriz e percorre 50 km noite adentro, passando inclusive por perto da cachoeira, e voltando apenas ao raiar do dia.

As inscrições são feitas na hora e é preciso ter, além de ousadia e coragem, um veículo 4×4 ou se organizar numa equipe que tenha um.

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