CACHOEIRA DA MAFALDA (Apiaí/SP)
“Dizem que Nhá Mafalda, em tempos de outrora, plantava mil rosas à beira da flora. Mas foi a água, danada e ligeira, que virou a estrela dessa brincadeira”…
Se há uma coisa que aprendemos com o Lugarzinho é que lugares escondidos costumam guardar boas histórias. Quando além de histórias escondem uma imensa cachoeira, melhor ainda!

Como chegar?
A primeira coisa que descobrimos ao tentar chegar à Cachoeira da Mafalda, em Apiaí, é que não se deve confiar no GPS. Ele pode te enfiar no meio do mato, em pontos onde não há nada além de galhos tortos. O caminho certo é pela SP-249, depois uma estradinha de terra. Se seu carro for valente e o tempo estiver seco, vai até o fim. Se não for assim, melhor estacionar uns metros antes onde há um local próprio para estacionar e fingir que queria mesmo era fazer uma caminhada ecológica.
A trilha é bem fácil e leva cerca de uns 10 minutos de caminhada. E vale cada passo, pois é cercada de uma mata bem densa, com fauna e flora bem ricas e que deixam o caminho bem agradável’
A cachoeira aparece de repente, imponente, e então você entende o porquê da fama. A água despenca volumosa por 35 metros da escosta, sugerindo que a gente faça o mesmo – com segurança, claro, porque a natureza é linda, mas também tem seu lado escorregadio.

Para os mais ousados, é uma excelente oportunidade para um rapel. Mas cuidado! Ali, como na maioria dos lugares, todo cuidado é pouco! É preciso ter os equipamentos adequados (cadeirinha, freio, mosquetão, capacete e cordas resistentes à água), checar bem o clima, usar roupas e calçados apropriados e jamais fazer isso desacompanhado. O rapel não é para os atletas de fim-de-semana!
Para nós, menos corajosos, o que vale mesmo é a grande piscina natural que se forma aos pés da cascata. Um banho ali é mais que obrigatório e restaurador. É daquele tipo que te acorda para a vida, congela os problemas e talvez até a circulação por alguns segundos – pelo menos até se acostumar com a temperatura da água, se é que isso é possível.
Primeiro, algumas dicas: cuidado com o fundo, entre devagar se acostumando com o solo, pois qualquer piscina natural tem pedras e partes rasas e fundas; e entre com calma, pelas beiradas, pois a força da água é grande e um impacto direto com a cascata pode ser um tanto desconfortável.

E pronto. Aí é só relaxar. Sentir a água cristalina despencando sobre o corpo é uma experiência revigorante e quase mágica. É um momento de pura conexão com a natureza e renovação de energias, que traz uma sensação de liberdade e paz profunda.
Por que Cachoeira da Mafalda?
Agora, a curiosidade: por que Mafalda? Bom, não tem nada a ver com a atrevida menina das tirinhas do Quino. Dizem que o nome veio de uma antiga moradora, Nhá Mafalda, que cultivava rosas na região. Ela própria recriava um cenário de flores delicadas cercando a cachoeira. No fim das contas, a Mafalda é isso: uma surpresa no meio do caminho, um banho inesperado, uma história que mistura águas e rosas.
E quando você finalmente se despede, com os pés cheios de areia e a alma mais leve, percebe que já está planejando voltar. Afinal, lugares assim não são apenas destinos – são convites para se perder e, de algum jeito, se encontrar.
Cachoeira da Mafalda – Acesso pelo km 7,3 da Rodovia Pedro Rodrigues,